SEMIÓTICA (Descubra esta fascinante ciência que estuda os sígnos)
O que é semiótica/ Lucia Santaella-1º.ed-são Paulo: Brasiliense, 1983. Coleção primeiros passos : 2003)
Everaldino do Rosário Rosa
RESUMO
O nome semi-ótica vem da raiz grega que quer dizer a ciências dos signos. Não os signos da astrologia (zodíacos), mas os signos da linguagem ela é a ciência geral de toda e qualquer linguagem. O séc. XX viu nascer o crescimento de duas ciências: a lingüística, ciência da linguagem verbal e a semiótica ciência de toda e qualquer linguagem. A língua que falamos, e da qual fazemos uso para escrever não é a única e exclusiva forma de linguagem que somos capazes de produzir, criar, reproduzir e consumir, ou seja temos que ver-ouvir-ler, para que possamos nos comunicar uns com os outros. Somos seres de linguagem, nos comunicamos através leitura, fala, gestos, cores, imagem, sons, e muitas outras formas de linguagem. Em todos os tempos grupos humanos sempre recorreram a modos de expressões, e manifestação de sentido e de comunicação social como: desenhos nas grutas lascaux, danças, musicas, jogos e até as produções de arquitetura e de objetos, alem de pinturas e escrituras. Existe uma linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos que se articulam no aparelho fonador, sons estes que, no ocidente, receberam uma tradução visual alfabética, a linguagem escrita, mais existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em sistema sociais e históricos de representação do mundo. Assim existe uma forma incrivelmente intrincada de formas sociais de comunicação que incluem a linguagem verbal articulada, mais absorve também, a linguagem dos surdos-mudos. Após a revolução industrial, as invenções de maquinas capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens povoaram nosso cotidiano, nos enchendo de imagens que transmitem informações assim a foto de uma festa, ou paisagem nos lembram muitas coisas através da observação das fotos. Temos também o cinema tv, jornal, outdoor. A novela das oito, um jogo, um debate, um telejornal invadem nossa casa e a ela chegam mais ou menos do mesmo modo que chegam a água, o gás ou a luz. A todo momento somos bombardeados por mensagens( TV, outdoor,placas, rádios, shopping, trânsito...) que servem à inculcação de valores que se prestam ao jogo de interesses dos proprietários dos meios de produção da linguagem e não aos usuários.
Considerando-se que todo o fenômeno de cultura só funcionam culturalmente porque é também o fenômeno de comunicação e esse fenômeno se comunicam-se porque se estruturam como linguagem, todo fato cultural e pratica social e pratica cultural constistui-se como produção de linguagem e sentido.As linguagens estão no mundo, e nós estamos na linguagem. A semiótica é a ciência de investigação de todas as linguagens possíveis ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno de produção de significação e de sentido seu ponto de investigação é tão vasto que chega a cobrir o que chamamos de vida, visto que desde a descoberta da estrutura química do código genético, nos anos 50, aquilo que chamamos de vida não é senão uma espécie de linguagem isto é a própria noção de vida depende da existência de informação do sistema biológico. Sem informação não há mensagem, não há planejamento, não há reprodução, não há processo e mecanismo de controle e comando. O campo da semiótica é vasto, mas não indefinido, embora a semiótica se constitua num campo intricado e heteróclito de estudos e indagações que vão desde culinária até a psicanálise que se intrometem não só na meteorologia ou na anatomia e ainda dar palpites tantos aos cientistas políticos quantos aos músicos isso não que dizer que a semiótica chegou para roubar ou pilhar o campo do saber de outras ciências. A semiótica surgiu por três origens ou sementes lançadas quase simultaneamente no tempo, mas distintas no espaço, uma nos EUA, União Européia, e na Europa central.A semiótica norte-americana germinou-se nos trabalhos do cientista-logico-filosofo, Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista, matemático, historiador, filósofo e lógico norte-americano, é considerado o fundador da moderna Semiótica. Graduou-se com louvor pela Universidade de Harvard em química, fez contribuições importantes no campo da Geodésia, Biologia, Psicologia, Matemática, Filosofia. Peirce foi um "Leonardo das ciências modernas". Uma das marcas do pensamento peirceano é a ampliação da noção de signo e, conseqüentemente, da noção de linguagem. Desde pequeno Charles já conduzia sua experiência num ambiente de acentuada respiração intelectual, desde os seis anos já amava a química, e aos 11anos escreveu uma historia da química, e se bacharelou em quimica em Harvard. Ainda atuou na biologia, geografia. Peirce viveu 75 anos e em nenhum momento de sua vida se confinou estritamente ás ciências exatas ou naturais, ele se dedicava a ambas, estudou lingüística, psicologia ciência que fez de Peirce o primeiro psicólogo experimental dos EUA.Conhecia mais de uma dezena de línguas, estudou arquitetura, conhecedor profundo de literatura, ele era antes de tudo um cientista e gostava de se dedicara varias áreas para adquirir conhecimentos para trabalhar com a lógica, que era seu principal campo de estudo. Foi nomeado negro da academia de ciências e arte, em 1987 apresentou cinco estudos sobre lógica, em 1910 na edição "quem é quem na América", Pierce pareceu pela primeira vez como referencia em sua profissão de lógico, mas só com sua morte passou a ser considerado filosofo. Foi cientista e filosofo aos 16 anos, quando começou a estudar Kant, e alguns anos mais tarde, sobre a critica da razão pura de Cor. Estudou todos os tipos de filosofo, levou para a filosofia o espírito da investigação cientifica, assumiu que as disciplinas filosóficas são ou podem se formar em ciência, propôs aplicar na filosofia, com as modificações necessárias, os métodos de observação, hipóteses e experimentos que são praticados nas ciências. Para Peirce o caminho para a filosofia tinha de se dar através da lógica, mas particularmente através da lógica da ciência. Desde o começo do despertar do seu interesse pela lógica, peirce a concedeu como nascendo, na sua amplitude, dentro do campo de uma teoria geral dos signos ou semiótica. Primeiramente concedeu a lógica propriamente dita como sendo um ramo da semiótica, depois adotou a concepção muito mais ampla da lógica que era quase coextensiva a uma teoria geral de todos os tipos possíveis de signos.
Trata-se de um observador solitário incansável, passou praticamente 30 anos de sua vida estudando 16 horas por dia, que deixou praticamente 80000 manuscritos alem de 12.000 paginas publicadas em vida. Embora peirce considerava toda e qualquer produção, realização e expressão humana como sendo uma questão semiótica, isto não significa que a semiótica tenha sido por ele concebida como uma ciência onipotente. A semiótica é apenas uma parte e, como tal, só se torna explicável e definível em função desse conjunto. O próprio sistema filosófico criado por peirce localiza-se como parte de u sistema ainda maior, como tal aparece na sua gigantesca arquitetura classificatória das diferentes ciências e das relações que elas mantem entre si. Pierce era idealista objetivo, para ele universo estava em expansão. O pensamento humano gera produtos concretos capazes de afetar e transformar materialmente o universo, ao mesmo tempo que são por ele afetados. Não há princípios absolutos, o investigador por mais sistemático e rigoroso em seu pensamento, ele é essencialmente falível. A preocupação fenomenológica constituiu-se na base fundamental de toda sua filosofia, e já comparecia como investigação primordial desde seus escritos de 1867. a fenomenologia é a primeira instancia de um trabalho. Os filósofos tema função de realizar a mais radical analise de todas as experiências possíveis. Pierce dedicou sua experiência a elaboração, aperfeiçoamente e ampliação do campo de aplicação das suas categorias universais, categorias estas que não brotaram nem de pressupostos lógicos, nem da língua, mas do exame atento e percrutante da "experiência", ela mesma. Pierce era insatisfeito com as categorias aristocratas, pois considerava que era mais lingüístico do que lógico influenciado por Kant.Com Hegel, peirce manteve relações contraditórias, desprezando seu idealismo absoluto, mas considerava o mais grandioso dentre todos os filósofos que já existiu. O pensamento peirceano não tem qualquer debito com o pensamento de Hegel, embora o método de Pierce apresentasse similaridades com a teoria Hegeliana. A semiótica ou lógica tem a função de classificar e descrever todos os tipos de signo teoricamente possíveis. Isso parece dotado de um caráter ascendente sobre todas as ciências especiais, essas ciências são linguagens.Mas para peirce as ciências tem de ser deixadas a cargo de seus praticantes, o que conduz como lógico apenas a elucidação dos métodos do tipo de pensamento utilizado pelas diversas ciências.Através de sua fenomenologia peirce pretendia gerar uma fundamentação conceitual para uma filosofia arquitetônica, baseada em uns poucos conceitos simples e suficientemente vastos a ponto de dar conta do ‘'trabalho inteiro da razão humana''. A semiótica extraiu todos os seus princípios da fenomenologia. Peirce era adepto da criação de novas palavras para designar significados científicos novos. Sua terminologia e, nessa medida, estranhíssima.Entende -se por fenômeno qualquer coisa que esteja de algum modo em qualquer sentido presente na mente, para peirce fenômeno é tudo aquilo que aparece a mente, corresponda ao real ou não. A fenomenologia levanta os elementos que pertence a todos os fenômenos e participam de todas as experiências . Foi através da observação direta dos fenômenos, nos mundos como eles se apresentam a mente, que as categorias universais, como elementos formais do pensamento, puderam ser divisadas pela acurada e microscópica observação de tudo o que aparece, Peirce extrai os caracteres elementares e gerais da experiência que tornam as experiência possível. Desse modo, sua pequena lista de categoria consiste de concepções universais.
Peirce levou exatamente 30 anos, de 1967 a 1897, para completar sua teoria das categorias. Estas foram originalmente apresentadas no seu ensaio de 1867 "Sobre uma nova lista de categorias" Entretanto, foi apenas em 1897 que o sistema triádico de Peirce ficou "fundamentalmente completo," quando ele "acrescentou o possível como um modo de ser, e, ao fazê-lo, desistiu da sua teoria probabilística das freqüências inspirada em Mill," renunciando, ao mesmo tempo, a qualquer resquício de nominalismo que pudesse ainda porventura haver em seu pensamento. Há três perspectivas a partir das quais as categorias deveriam ser estudadas antes de serem claramente apreendidas: (1) qualidade, (2) objeto e (3) mente. Do ponto de vista ontológico da qualidade, o ponto de vista da primeiridade, as categorias aparecem como: (1.1) qualidade ou primeiridade, isto é, o ser de uma possibilidade qualitativa positiva, por exemplo, a mera possibilidade de uma qualidade nela mesma, tal como vermelhidão, sem relação com qualquer outra coisa, antes que qualquer coisa no mundo seja vermelha. (1.2) reação ou secundidade, quer dizer, a ação de um fato atual, qualquer evento no seu aqui e agora, no seu puro acontecer, no ato em si de acontecer, o fato em si mesmo sem que se considere qualquer causalidade ou lei que possa determiná-lo, por exemplo, uma pedra que rola de uma montanha. (1.3) Mediação ou terceiridade, o ser de uma lei que governará fatos no futuro, qualquer princípio regulador geral que governa a ocorrência de um fato real, como por exemplo, a lei de gravidade que rege o rolar da pedra da montanha. Do ponto de vista do objeto ou secundidade, isto é, do ponto de vista do existente, as categorias são: (2.1) qualia, quer dizer, fatos de primeiridade, por exemplo, a qualidade sui generis do vermelho no céu em um certo entardecer de um outono qualquer nos pampas gaúchos. (2.2) relações, isto é, fatos de secundidade, tal como a percussão resultante da batida da pedra no chão, quando o esforço da pedra contra a resistência do solo resulta em polaridade bruta. (2.3) representação, isto é, signos ou fatos de terceiridade: a palavra "céu," uma foto ou uma pintura do céu como signos do céu. Do ponto de vista da mente ou terceiridade, as categorias são: (3.1) sentimento ou consciência imediata, quer dizer, signos de primeiridade, por exemplo, a qualidade de sentimento vaga e indefinida que a vermelhidão do céu em um crepúsculo no outono produz em um certo observador. (3.2) sensação ou fato, quer dizer, sentido de ação e reação ou signos de secundidade, por exemplo, ser surpreendido diante de um fato inesperado. (3.3) concepção ou mente nela mesma, sentido de aprendizagem, mediação ou signos de terceiridade.O tópico mais importante relativo às categorias peircianas, entretanto, está no fato de que elas são universais. Os conceitos categoriais são, portanto, extremamente gerais e abstratos. Suas categorias meramente sugerem um modo de pensar: Talvez não seja correto chamar as categorias concepções. Elas são tão intangíveis que não passam de tons ou nuanças das concepções. Assim, as categorias universais não substituem nem excluem a variedade infinita de outras categorias mais específicas e materiais que podem ser encontradas em todos os fenômenos. Elas são apenas noções gerais indicando o perfil lógico dentro das quais algumas classes de idéias se incluem. Desse modo, as categorias da primeiridade incluem as idéias de acaso, originalidade, espontaneidade, possibilidade, incerteza, imediaticidade, presentidade, qualidade e sentimento. Na secundidade, encontramos idéias relacionadas com polaridade, tais como força bruta, ação e reação, esforço e resistência, dependência, conflito, surpresa. Terceiridade está ligada às idéias de generalidade, continuidade, lei, crescimento, evolução, representação e mediação.Disso se pode concluir que as categorias também estão logicamente subjacentes aos três registros psicanalíticos. Dada à generalidade lógica dessas categorias, entretanto, elas não são capazes de especificar o conteúdo desses registros, pois essa especificação só pode vir do campo da psicanálise. Conseqüentemente, a fenomenologia e a semiótica só podem fornecer o substrato lógico, sem poder indicar quais são as características específicas que a primeiridade, secundidade e terceiridade adquirem na psicanálise. A natureza dos três registros será apresentada brevemente abaixo, seguida do exame de suas correspondências com as três categorias.
A semítica peirciana na se confunde com uma ciência aplicada, a sua teoria não nasce para tirar lugar de outras ciências, mas para fornecer a elas fundações lógicas para suas construções como linguagem que são.Peirce tinha em mente a idéia de que devemos começar por levantar noções diagramáticas dos signos, dos quais nos retiramos numa primeira instancia, qualquer referencia a mente, depois que tivermos feito aquelas noções tão instintas, como é a noção de numero primitivo, podemos então considerar, quais são as características peculiares de um signo mental e, de fato, podemos dar uma definição matemática de uma mente, no mesmo sentido podemos dar uma definição matemática de uma linha reta. Signo é a grande tessitura das linguagens. Constrói uma realidade interpretando aquilo que é dito como realidade. É a manifestação do saber humano através do qual construímos nossa humanização e garantimos as linguagens e o conhecimento. Peirce, ao construir seu estudo sobre a lógica, fundou a Semiótica e, com ela, uma proposta de visão sígnica, que permite perceber o caráter de possíveis ambigüidades ou fendas, de falibilidade no curso da representação do signo. Peirce dedicou-se ao estudo do pragmatismo servindo-se do termo -semiótica, cria a disciplina de mesmo nome e que se ocupa a teoria. A sua teoria, ou projeto semiótico, é uma doutrina quase necessária ou formal dos signos. Para ele todo pensamento é um signo, o homem é um signo. Para Peirce o signo é um primeiro que está em genuína relação triádica com o segundo, chamado seu objeto, de forma a ser capaz de determinar que um terceiro, chamado interpretante, assuma a mesma relação triádica(como objeto) que ele mesmo mantém em relação a ele mesmo. Ao observar a definição do signo em Peirce, pode-se perceber melhor os detalhamentos e implicações do signo em relação a realidade e sua possível forma de captá-la: Um signo é algo que sob certo aspecto ou de algum modo representa alguma coisa para alguém. Isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo melhor desenvolvido. Ao signo assim criado denomino interpretante do primeiro signo. Um signo é uma coisa que representa uma outra coisa ,seu objeto; o signo só pode ter eficácia se funcionar como tal, se carregar o poder de representar, ou seja, de substituir uma outra coisa diferente dele; o signo representa sob um certo aspecto, ou por um certo modo, o poder de captar ou querer captar o representado; do captado é erguido um novo signo equivalente, ou talvez mais adaptado; o signo representa a coisa ou o objeto para um intérprete; o interpretante não se refere ao intérprete - pessoas, mas a uma relação que se cria na mente ; a relação de representação que o signo mantém com seu objeto produz na mente interpretadora um outro signo, que traduz o significado do primeiro.
Por essas características, e se observarmos a origem do termo signo, percebemos sua faceta de não poder ser um verdadeiro espelho do que é captado: ele é sempre uma tentativa de representação do real. A partir de sua origem etimológica -Signo- vem da palavra grega -sec mon- que quer dizer cortar, extrair parte- tem-se uma busca de síntese: de um lado, o que se quer representar; e de outro o possível da representação. Todo signo é, em maior ou menor medida, uma espécie de imagem especular: o signo não é apenas um corpo físico que habita a realidade , mas também é capaz de refletir esta realidade de que ele é parte e que está fora dele. à medida que o signo se põe como imagem especular, esse espelhar necessariamente transfigura, deforma a realidade sem nenhuma escapatória. O signo segundo, interpretante do primeiro, é um outro que não é o mesmo - o primeiro. Portanto, o signo é sempre um que está no lugar do outro, e entre ele e o outro fixa-se uma fenda , uma brecha, uma deformação, ou incompletude. Na verdade o signo, mesmo enquanto vontade de representação, é a própria presença do incompleto ou da falta face à realidade inatingível; mas, ao mesmo tempo, ele é a única escapatória para o possível da mediação entre realidade e representação.Percebendo que o signo não é uma coisa monolítica, mas um complexo de relações, que retenhamos em nossa rotina mental essas sutis diferenciações entre as partes do signo,para que possamos passar para as principais classificações de signos onde essas relações serão retomadas com vistas a uma maior elucidação.Objeto dinâmico ou referente é aquilo que está fora do signo, que o signo não pode exprimir mas apenas indicar para que o intérprete conclua a tarefa de descobrir sua significação a partir de sua própria experiência colateral. objeto imediato é o objeto como representado no signo; vale-se de suas características materiais, e, portanto, suas qualidades variam de acordo com o suporte utilizado. Fundamento do signo é a representação do objeto, não em todos os seus aspectos, mas com referência a um tipo de idéia. Idéia, aqui tal como entendida por Pierce: "num certo sentido platônico, muito comum no falar cotidiano, [...] naquele sentido em que dizemos que um homem pegou a idéia de um outro homem (5)". Interpretante imediato se refere à potencialidade do signo, à aquilo que o signo está apto a produzir numa mente interpretadora qualquer. Consiste nos significados que o artista quis exprimir em usa obra, a partir do arranjo singular dos elementos por ele trabalhados. O interpretante dinâmico trata do significado que o signo efetivamente produz numa mente singular. E essa significação será produzida pelo signo de acordo com sua natureza e seu potencial como signo. De acordo com Peirce, os signos se diferenciam dependendo da relação entre os elementos que compõem um signo e de sua ação específica (ou semiose). Quando um signo diz respeito ao signo em si mesmo (primeiro elemento da tríade), pode ser classificados em quali-signo, sin-signo ou legi-signo. Quanto à relação de um signo com o seu objeto dinâmico, o signo pode ser classificado como ícone, índice e símbolo. Quanto à relação do signo com o(s) interpretante(s), o signo pode ser classificado como rema, dicente e argumento.
A teoria peirciana foi a primeira que brotou no tempo, pois que, desde o séc. XIX a doutrina geral dos signos estava sendo formulada por ele. A primeira década de séc. XX corresponde ao período em que Saussure ministrou seu curso, que divulgou as teorias da lingüística. A Semiologia (ou Semiótica) é a teoria geral dos sinais. Ela difere da Lingüística por sua maior abrangência: enquanto a Lingüística é o estudo científico da linguagem humana, a Semiologia preocupa-se não apenas com a linguagem humana e verbal, mas também com a dos animais e de todo e qualquer sistema de comunicação, seja ele natural ou convencional. Desse modo, a Lingüística insere-se como uma parte da Semiologia. Semiologia e Semiótica são termos permutáveis. A primeira surgiu na Europa, com Saussure, e a segunda, nos Estados Unidos, com o filósofo Charles Sanders Peirce.As outras fontes e caminhos da semiótica começaram a germinar na União Soviética, desde o século passado, no trabalho de dois filósofos. A.N. Viesse-Iovski e A.A. Potiebná, vindo explodir de modo efervescente e artístico na Rússia, na época do nascimento do estruturalismo lingüístico soviéticos.Outra fonte encontra-se no Curso de lingüística geral, proferido pelo lingüista F de Saussure, na universidade de genebra. Este curso foi transformado em livro pelos alunos de Saussure...
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